Localizada na região central da ilha, Camagüey se destacou pela pecuária e intelectualidade dos seus moradores. Diz-se que é onde melhor se fala o espanhol de Cuba.
No século XIX, lentamente a festividade foi adquirindo características tradicionais, ganhou vida própria e deixou para trás sua motivação inicial. Foi virando festa misturada com elementos religiosos. No princípio, o ritual se limitava a banho nos dois rios que atravessam a cidade — Hatibonico e Tínima — e aos poucos foi agregando outros elementos: cavaleiros mascarados, dança, música, congas, fogos de artifício, desfiles de bonecos e fogueira.
San Juan Camagueyano 1923 – Foto da época
Na atualidade, a festa começa dia 23 à meia noite. De três pontos principais da cidade saem os principais blocos (congas): El Marquesado, Los Comandos y La Farol. Durante uma semana, a população se deleita com corridas de cavalo, apresentação de grupos musicais e cozinha típica. Em especial o tradicional Ajiaco: uma espécie de caldo de carne vegetais e muita carne de porco, prato característico da festa. O Ajiaco é feito nos bairros e os moradores contribuem para fornecer os ingredientes necessários.
No âmbito musical ouve-se rumbas e comparsas, introduzidas das festas de outras localidades. Mas os aportes mais importantes são, sem dúvida, as congas, num agrupamento rítmico com estrutura muito regional camagüeyana. Estes agrupamentos surgiram muito tardiamente, nos anos 30 do século passado, a partir da contribuição do folclorista Antonio Izaguirre quando criou o grupo “La Arrolladora” de formação, tendo como base os tambores de barril.
De todas as feiras e festivais que existiam, apenas o de San Juan tem resistido ao teste do tempo. A festa nasce da alma do povo que, apesar dos desafios colocados pelos anos, continuará para sempre nos corações de Camagüey.
edição e correção do Texto: Graziela Costa Pinto